Base de segurança em Mucajaí reforça ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Yanomami
21/06/2025
(Foto: Reprodução) Operação Asfixia foi criada após Casa de Governo receber denúncias de que os garimpeiros estariam utilizando as vicinais da vila como pistas ilegais de aeronaves que abastecem o garimpo. Base de segurança em Mucajaí reforça ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Yanomami
Uma base de segurança da Força Nacional e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi montada na Vila Samaúma, no município de Mucajaí, para reforçar as ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. O Jornal de Roraima 2ª Edição mostrou o trabalho de fiscalização dos agentes nessa sexta-feira (20).
✅ Receba as notícias do g1 Roraima no WhatsApp
A Operação Asfixia foi criada após a Casa de Governo receber denúncias de que os garimpeiros estariam utilizando as vicinais da vila como pistas ilegais de pouso e decolagem de aeronaves que abastecem o garimpo. A base funciona no local desde terça-feira (17).
Durante o dia, os agentes visitam propriedades que possam servir como esconderijo de garimpeiros ilegais e de materiais usados por eles. Veículos também são abordados: compartimentos e documentações são verificados para garantir que não há o transporte irregular de pessoas e materiais.
“Nesse período agora foi resolvido fazer um fechamento maior, principalmente em algumas regiões aqui próximas a Boa Vista, onde continuava tendo decolagens e pousos de aviões, fazendo transportes, principalmente de combustível, para as áreas de garimpo. Então, a ideia é combater o máximo que dá pra coibir esse tipo de transporte", explicou o técnico de regulação da ANTT, Reginaldo Romero, explicou.
Agente da ANTT
Ailton Alves/Rede Amazônica
O trabalho das equipes que atuam no território agora está focado em zerar a garimpagem dentro de toda a região. Segundo o governo federal, a extração ilegal de minérios na Terra Yanomami diminuiu 96% desde o início das operações, em fevereiro de 2023.
Com isso, diferentes frentes foram montadas para combater os crimes ambientais na maior terra indígena do país. Hoje, militares das Forças Armadas e outros agentes já conseguem fazer a vigilância dos três principais rios da região: o Catrimani, o Uraricoera e o Mucajaí.
LEIA MAIS:
PF abre mais de 300 inquéritos e indicia 720 pessoas por garimpo ilegal na Terra Yanomami em quase 2 anos de operação
Dois anos de emergência na Terra Yanomami: o que foi feito e o que ainda falta para garantir saúde e segurança aos indígenas
Os poucos garimpeiros que restaram concentram suas ações, principalmente, na região do Rangel, próximo a Surucucu, segundo a Casa de Governo.
“No dia a dia é feito um serviço de inteligência sempre tentando entender pra onde eles vão fugir. Qual a nova ideia? A gente bate um local, lógico que eles vão migrar para um outro ponto. Então tem todo esse serviço de sempre entender como eles trabalham, para que a gente possa sempre estar em todos os pontos possíveis”, explicou Romero.
Além das estradas, operações fiscalizam os céus. Na última quarta-feira (18), um avião foi destruído por militares do Comando Conjunto Catrimani, no alto Uraricoera. A aeronave foi identificada por um avião radar da FAB. Ela estava escondida entre as árvores, em uma pista clandestina, que também foi destruída.
Dados mais recentes mostram que, de março do ano passado até junho deste ano, 35 aeronaves foram apreendidas e destruídas e 57 pistas clandestinas foram inutilizadas.
Acampamento foi montado na Vila Samaúma
Ailton Alves/Rede Amazônica
Terra Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial. Localizado no Amazonas e em Roraima, o território abriga 31 mil indígenas, que vivem em 370 comunidades. O povo Yanomami é considerado de recente contato com a população não indígena e se divide em seis subgrupos de línguas da mesma família, designados como: Yanomam, Yanomamɨ, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Yãnoma.
O território está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal, a partir da posse de Lula (PT), começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.
