Conheça Martin Vaz, arquipélago de origem vulcânica mais distante do litoral brasileiro
08/08/2025
(Foto: Reprodução) Conheça Martin Vaz, arquipélago de origem vulcânica mais distante do litoral brasileiro
Martin Vaz é o ponto mais distante do litoral brasileiro. As quatro ilhas que compõem o arquipélago fica a 1.200 quilômetros da costa de Vitória e pertence ao território do Espírito Santo. No local, ainda intocado pelo homem, vivem várias espécies de peixes, tubarões, corais e até uma "montanha submersa", fazendo da região um local de grande diversidade marinha.
Martin Vaz é uma das ilhas oceânicas ligado à cadeia de montes submarinos vulcânicos Vitória-Trindade, que fica a 40 quilômetros de distância da Ilha da Trindade. Juntas as duas formam o arquipélago da Ilha da Trindade e Martin Vaz.
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O arquipélago possui apenas 30 hectares de área, o equivalente 42 campos de futebol, e é bem menor em comparação a Trindade, que tem mil hectares, aproximadamente 1.400 campos de futebol.
Os arquipélagos fazem parte de uma Área de Preservação Ambiental (APA) e são monitorados pelo ICMBio e Marinha do Brasil. A chegada até o local é feita apenas por navios que autorizados pela Marinha. Por isso mesmo o local é um tesouro da natureza.
Formação de milhões de anos
Arquipélago de Martin Vaz, na ordem: Ilha do Norte, Ilhota Agulha, Martin Vaz e Ilha do Sul, na sequencia da esquerda para direita
João Batista Teixeira/Voz da Natureza/Ufes
Segundo João Carlos Thomé, Coordenador do Centro Nacional de Conservação das tartarugas Marinhas e biodiversidade do Mar do Leste, o arquipélago de Martin Vaz é composto por quatro ilhas: Martin Vaz, Ilha do Norte, Ilha do Sul e Ilhota Agulha.
Martin Vaz é a maior formação rochosa delas, mas não possui enseadas ou praias, apenas rochas. Por isso, para poder estudar toda a fauna e flora do local, foram necessários mergulhos ao redor das ilhas, pois não existe ponte de apoio na ilha, como funciona em Trindade.
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As ilhas são de origem vulcânica, e possuem mais de três milhões de anos. O arquipélago segue uma extensa cadeia de montanhas submarinas que seguem quase uma linha a partir de Vitória oceano Atlântico adentro.
Arquipélago Martim-Vaz, a 1.200 quilômetros de Vitória, é o ponto mais distante do litoral brasileiro
g1
A cordilheira com cerca de 30 montanhas submarinas começa a 100 km de distância de Vitória.
A Cadeia Vitória-Trindade representa formação única no planeta, composta por cordilheira de montanhas de mais de 1.000 km de extensão, que conecta a costa central do Brasil à Ilha da Trindade, e depois até o Arquipélago Martim Vaz.
Por Martin Vaz ser a última formação dessa cadeia, ele é o ponto mais oriental do Brasil.
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), nessa área se encontra uma das maiores taxas de diversidade de espécies entre todas as ilhas oceânicas do Oceano Atlântico.
Arquipélago de Martin Vaz, Espírito Santo
João Batista Teixeira/Voz da Natureza/Ufes
Além disso, há alta diversidade de espécies de mar aberto e de ambiente profundo, incluindo as de importância comercial, todas encontradas ao redor dos montes submarinos e das ilhas oceânicas que compõe a cadeia.
Conservação
Recentemente, o local recebeu uma expedição inédita de pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Durante 17 dias de viagem, o grupo explorou as ilhas, realizou mergulhos e fez imagens com robôs para descobrir mais sobre o ecossistema marinho.
🏝️ A expedição em números:
🗓️ 17 dias;
🐠 Levantamento de mais de 100 espécies de peixes;
🌊 Levantamento de 6 espécies de corais;
🤿 Lançamento de robôs até 122 metros de profundidade;
🐟 Pelo menos um novo peixe descoberto.
Além de Trindade e Martin Vaz, a expedição fez imagens do Monte Colúmbia, uma caverna submersa que também faz parte da cadeia.
O material coletado pelos pesquisadores é analisado pelos pesquisadores, para conseguir confirmar se, de fato, uma nova espécie ou mais foram descobertas no local, além de ajudar a entender melhor os ecossistemas das ilhas.
"Muitas vezes, nos deparamos com espécies que sabíamos da existência, mas nunca tínhamos ido até lá. Por exemplo, descobrimos uma caverna submarina que atravessa Martin Vaz de um ponto a outro, tudo submerso", disse João Luiz Gasparini, biólogo e especialista em peixes.
Um pouco da história
O arquipélago de Trindade e Martin Vaz foi ocupado oficialmente pela Marinha brasileira desde 1897, quando o capitão Joaquim Rodrigues Torres colocou um marco de bronze na ilha principal.
O conjunto é uma das duas mais novas unidades de conservação oceânica do Brasil.
Ilha de Martin Vaz que compõe o arquipélago de Martin Vaz no Espírito Santo
João Batista Teixeira/Voz da Natureza/Ufes
O primeiro decreto institui a APA e o Mona de Trindade e Martin Vaz e Monte Colúmbia, no leste da Zona Econômica Exclusiva Brasileira (ZEE) da costa do Espírito Santo.
O instituto apontou que o Mona se destina à preservação de parte dos ecossistemas marinhos de montes submarinos, ilhas, recifes e ambientes oceânicos pelágicos e abissais, abrangendo parte da Ilha da Trindade, o Arquipélago Martim Vaz, e o Monte Columbia.
Com isso, as Unidades de Conservação criadas protegem ambientes com alto nível de isolamento e que, apesar de apresentarem exuberante biodiversidade e alta biomassa de peixes, são considerados frágeis em razão da restrita área recifal presente e com espécies já consideradas ameaçadas de extinção.
Ilhas do arquipélago de Martin Vaz, Espírito Santo
João Batista Teixeira/Voz da Natureza/Ufes
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